30 de dez. de 2014

Surf no Equador

Depois de mais de um mês de viagem e muita farra e pisco no Peru, atravessei a fronteira e cheguei ao Equador. Novo país, nova fase, novas propostas, resolvi provar um estilo mais "light" de vida. Para isso, mudei meu roteiro e fui direto para a costa equatoriana. Pensei: vida saudável, frutas, muito ceviche (peixe quase cru, comida típica da região, tem coisa mais saudável para se colocar no estômago?), caminhar na praia de manhã cedo, bronzear a pele e alimentá-la de vitamina D, dormir cedo, aprender a surfar. Assim, deixei o frio da serra equatoriana e seus inevitáveis vinhos, bolos de chocolate e aconchego dos bares para mais tarde.


Tinha me esquecido, porém, que um dos destinos mais famosos de praia no Equador se chama Montañita. Famoso pela festa! Impossível escapar do lugar super popular entre jovens e amantes de boas praias, desses que não podem de jeito nenhum faltar numa visita ao país. Como fugir? Já sei, pensei, vou me hospedar em um lugar bem tranqüilo, La Punta, que como o próprio nome sugere, fica na ponta da praia de Montañita, uma área afastada da vida frenética do povoado.

Cheguei à pousada Balsa Surf House, que na verdade é um surf camp lindo e tranqüilo onde também funciona uma escola de surf e uma oficina de fabricação de pranchas. Primeira missão: reservar o primeiro horário do dia seguinte, o das 8h (aiiiii…) para aprender a surfar. A água andava estranhamente gelada aqueles dias, o que não é comum na quente Montañita. Melhor, água gelada revigora! Cheia de coragem e força, saí para caminhar na cidade e de cara conheço um argentino. Argentinos são perigosos quando se quer ter uma vida saudável. Cozinheiro em um restaurante famoso, saí do lugar com um jantar e um drink combinados. O anjinho gritou em um dos meus ouvidos, desesperado: “só o jantar!!!” O capetinha revidou, do outro lado: “bebida não faz mal a ninguém!” Para acabar com a confusão, adiei o jantar para a próxima noite, até lá os dois se entenderiam.

Enfeite do Balsa Surf House, pousada onde se respira surf


De volta à pousada, fui apresentada a um brasileiro que andava por ali. Nome: Cauê. Atividades: motoqueiro, chef de cozinha, fotógrafo, surfista, cinegrafista, viajante, se diz massagista, blogueiro, e louco (aposto que esqueci alguma coisa). Saiu do Brasil há 4 meses numa moto que tem a minha idade, surfando pelo Pacífico, fazendo vídeos e alimentando um blog onde conta suas aventuras. Com a inspiração que esse cara me transmitiu e o equipamento profissional que gentilmente me emprestou (valeu, rapaz!), fui ao mar para mais uma da série  “a primeira vez que fiz…” dessa viagem, que tem se revelado a mais maluca e interessante da minha lista. A primeira vez que encarei uma prancha de surf! Como dizem que uma imagem vale mais que mil palavras, segue um vídeo do episódio, que é o resultado da minha primeira aula de edição, inspirada nos vídeos “irados” do meu “maestro” Cauê (gracias, rapaz!)!



Rock's on! from Lilian Müller on Vimeo.



Lindo o mar de Montañita, repleto de surfistas cruzando suas ondas gigantes e, muitas vezes, sendo devorados por elas! Pensei que queria virar surfista depois que percebi a grandeza do surf, com o qual tive o primeiro contato em Máncora, no norte do Peru, que como Montañita, é um destino de turismo do esporte. Gente de todas as partes, inclusive do Brasil, vem para a costa do Pacífico sul americano buscar e se dedicar às melhores, maiores e mais longas ondas. Descobri que o surf é mais que um esporte. Ele é quase uma filosofia e, seguro, é um estilo de vida dessas pessoas de ótimo astral, que conversam com uma louca empolgação sobre drops e beach breaks, todas palavras novíssimas no meu vocabulário (as quais não posso explicar por não conseguir ainda entender o significado delas no mar).


Inserida na cultura do surf!

Outra vez, não consegui deixar uma cidade no tempo previsto e fiquei em Montañita além do que planejava. Mergulhei na cultura do surf e comi muita salada de frutas! Sobre o resultado do trato entre o anjinho e o capetinha, o argentino e a festa, não posso divulgar. Existe um dito em Montañita que manda: “Lo que pasa en Montañita, se queda en Montañita” (algo como “O que acontece em Montañita, morre em Montañita”). Não serei eu a descumprir essa lei!







Praia de Montañita

Por do sol no Equador


Surfista elástico!

Foto: Cauê Quadros

"Tráfego" no mar de Máncora, outro destino de surf na América do Sul



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