28 de jan. de 2011

A Marcha dos Pinguins

Existe um lugar especial perto de Melbourne. Nesse lugar, a dura rotina de uma linda especiezinha animal pode ser vista de muito perto, a olhos nus.

Phillip Island fica a 1h30 de Melbourne, a segunda maior cidade da Austrália. A ilha, apesar de pouco povoada (como quase todos os lugares no país, que, com uma área pouco menor que o Brasil, tem só 22 milhões de habitantes!), tem muitas atrações e é destino de famílias que buscam tranqüilidade nas férias e fins de semana.

Clube de golf, fábrica de chocolate, praias desertas onde surfistas se deliciam, pescaria, circuito de velocidade, lindos carros antigos, passeios de barco, pássaros, colônias de focas e coalas, isso tudo pode ser encontrado por lá. Mas nada é tão incrível como a Penguin Parade.

A parada dos pingüins, como poderíamos chamar em português, é a volta pra casa dos menores pingüins do mundo. Bem menores que os encontrados na Antártida e na Patagônia, esses lindos bichinhos nadam o dia todo em busca de alimento. Pouco antes do anoitecer, quando o céu ainda conserva um pouco da luz do sol, eles voltam para suas casas, onde suas fêmeas e filhotes esperam famintos. Ali alimentam a família e descansam um pouco até a manhã seguinte, quando partem novamente para o mar, na eterna busca por sobrevivência - uma dura rotina.

A área onde esses pingüins mantém seus ninhos é protegida pelo Penguin Parade National Park  (www.penguins.org.au) e certamente é por isso que eles ainda existem no lugar. Durantes os 365 dias do ano, é possível vê-los aos montes, voltando pra casa. Para isso é preciso pagar 21 dólares australianos, o que, ao meu ver, é mais do que certo e muito compensa!

Saímos de Melbourne às 18h com destino a Phillip Island para ver a parada. Nosso anfitrião na cidade, Rob, um simpático australiano que conheci no Rio, fez questão de nos levar até lá de carro (foi ele também que nos hospedou em Melbourne e nos contou sobre esse tesouro ali pertinho). Chegamos num anoitecer de chuva fina, direto para a praia perto de onde os pingüins vivem. É possível sentar na areia, que é cercada com cordas para impedir que a falta de consciência ou excesso de curiosidade de algumas pessoas acabe com a vida selvagem que resiste no lugar. Também não é permitido fotografar, a luz forte dos flashes assusta e pode causar danos aos animais.

No caminho para Phillip Island

 Poucos minutos depois, diversos grupos de pingüins começaram a sair da água, correndo pela areia em direção à mata atrás da praia, onde ficam suas casas. Alguns grupos passaram a cerca de 2 metros dos nossos olhos apenas! Antes de chegar aos ninhos, eles param e passam um tempo se limpando e assegurando que não há mais água entre suas penas.


Pinguins voltando pra casa - a foto foi tirada da internet

A marcha desses pingüins dura mais de 1 hora. Já totalmente escuro, quando nós, visitantes, deixávamos a praia para ir pra nossas casas, pra um bar ou para o  supermercado, os bichinhos ainda caminhavam devagar, provavelmente já cansados. É um longo caminho a percorrer até em casa.

Esses frágeis animais vivem na ilha adaptados à vida humana que cresceu em volta. Muitas vezes até ultrapassam os limites de suas casas e se aproximam das construções do parque - há inclusive placas nos estacionamentos do lugar orientando que se olhe embaixo do carro antes de sair dirigindo pois um pingüim pode estar ali embaixo! Vimos um deles, sozinho, perto de onde estacionamos. E um ser turista sem consciência fotografando o animal indefeso com um flash de cegar nos deu uma certa vergonha da nossa "evoluída espécie"…

A placa adverte: um pingüim pode estar aí embaixo


A Austrália é um pais especial não apenas por suas belas paisagens. Aqui encanta como homens e animais selvagens dividem o mesmo território e vivem tão próximos, provando que o direito à terra é de todos!



Rob, australiano com orgulho!



Experiente pescador da ilha!




Surf, esporte preferido! Para ver, claro...




Carros antigos são vistos o tempo todo na ilha




Vida animal e selvagem!

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