17 de jan. de 2011

Hit the road - de Sydney a Melbourne

Depois de um tempo correndo para o lado oposto da chuva e das tristes enchentes que devastam o leste da Austrália, posso começar a história do início...

Eu e a Carol somos companheiras de viagem há 4 anos. Nos conhecemos em Londres, onde ambas serviam mesas chiques em jantares e festas inglesas. Nosso tempo de imigrante acabava na mesma época e resolvemos unir nossa vontade de rodar a Europa antes de voltar ao Brasil. Desde então, todos os anos fazemos uma grande viagem.  Ela mora no Sul, eu no Sudeste e basicamente só nos encontramos no exterior.

Quando contei meus planos de férias na Austrália pra Fani, minha irmã espanhola (como gosto de chamá-la), com quem dividi apartamento por um ano na Inglaterra, ela resolveu se juntar à nossa viagem ao paraíso.

Então apareceu a Laura, que não tinha nada com a história. Também Espanhola, também morou em Londres, estava viajando sozinha pela terra dos coalas. Era amiga de uma amiga da Carol e todas nos demos bem de cara!

Alugamos um carro para fazer uma viagem famosa por aqui: percorrer os cerca de 1.100 km de estrada entre as duas maiores cidades da Austrália, Sydney e Melbourne. Agora, imaginem: quatro mulheres, duas brasileiras e duas espanholas, dirigindo por aí, pela primeira vez na mão inglesa! Só podia resultar em... diversão!

Pra começar, depois de uma pesquisa prévia de preços, fomos à agência da Hertz mais próxima (é só pesquisar no site da empresa, www.hertz.com.au - tem quase uma em cada esquina nas principais cidades do país) e pedimos o carro mais barato com câmbio automático, pra facilitar a nossa vida dirigindo do lado direito do carro. Levamos um Corolla lindo, enorme, todinho nosso por 3 dias!
*Uma dica: geralmente os preços são melhores fazendo-se a reserva do carro pela internet. Simples e cômodo.

Com o carrão, pegamos a Princess Highway, com largas pistas, sinalização perfeita e pouco movimento. Rodamos algumas horas até nossa primeira parada, em Jervis Bay, para visitar o Booderee National Park, uma área protegida (e paga, mas apenas AUD 10,00 por carro) de floresta tropical. De surpresa, a poucos minutos da entrada do parque, nos deparamos com dezenas de wallabees, uma espécie de mini cangurus, todos paradinhos, nos encarando serenamente. A gritaria tomou conta do carro, afinal era o primeiro contato de quatro mulheres com a vida selvagem australiana (mesmo porque, naquela altura da viagem, pensávamos tratar-se de verdadeiros cangurus, o símbolo maior do país). Estranhamos um pouco o tamanho dos bichinhos e alguém sugeriu que fossem filhotes, super especialistas na natureza australiana que somos. De qualquer forma, já tinha valido a viagem!

Wallabees, primos menores dos cangurus

Nesse primeiro dia, seguimos até Eden, depois de 10 horas e 494 Km na estrada. Alta temporada, claro, nada de vagas em hotéis ou albergues nessa cidadezinha de praia. Paramos pra comer em uma pizzaria e encontramos outros 3 viajantes na mesma situação sem-teto que a nossa. A dona da pizzaria, apesar de parecer um tanto louca, falando um inglês meio rude, acabou nos arrumando acomodação e os sete fomos parar em uma garagem transformada em sala na casa de um casal. Bom e bem barato: 21 dólares australianos e, de brinde, conhecemos um casal alemão e uma americana super legais, que vinham em uma van desde Melbourne e nos deram boas dicas de viagem.

Companheiros quase sem-teto em Eden. Nosso carrão cinza atrás!


Eden não pareceu nada especial, pegamos então a estrada logo na manhã seguinte. Percorremos umas 3 horas apenas. O bom de viajar de carro é poder parar e descobrir as cidadezinhas surpresas do caminho. Ficamos em Lakes Entrance, distante apenas 317 Km de Melbourne. Uma cidade pequena, com boa estrutura, que cresceu à margem de um lugar que a natureza resolveu privilegiar! Localizada no início do estreito de Bass, que separa o sul da Austrália da Tasmania, o que vemos em Lakes Entrance são cursos de águas muito azuis, que se unem ao Mar da Tasmania ao fundo. Certamente a paisagem mais bonita que vimos na  Austrália até então.

Vista deslumbrante em Lakes Entrance


Faltava pouco para chegar em Melbourne. A paisagem verde, a estrada calma, muitas vezes parecia que estávamos no meio de uma floresta, com a rodovia coberta por árvores. Descobrimos Raymond Island, uma ilha que guarda um tesouro: coalas vivendo livremente, bem pertinho dos casarões do lugar. Conseguimos achar dois deles, escorados preguiçosos em galhos de árvores. Mais gritos de emoção!

Natureza livre: coala descansando em Raymond Island

Chegamos com muita facilidade em Melbourne, depois de 3 dias, muitas surpresas e paisagens cinematográficas. Nos saímos bem no volante, dirigir do lado direito do carro não tem mistério. Pegar o volante em estradas muito bem conservadas, com amigos pra dividir o volante e os custos é divertido, barato, e não cansa. A missão só não foi cumprida com sucesso por um pequeno detalhe: não conseguimos ver cangurus pelo caminho! Mas nossa busca continua!



Um comentário:

  1. e Melbourne. Uma cidade pequena, com boa estrutura, que cresceu à margem de um lugar que a natureza resolveu privilegiar! Localizada no início do estreito de Bass, que separa o sul da Austrália da Tasmania, o que vemos em Lakes Entrance são cursos de águas muito azuis, que se unem ao Mar da fundacion-ecos.org/biografia-de-kyungsoo/

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